domingo, 12 de abril de 2009

BRONQUIOLITE - ATENÇÃO

O QUE É A BRONQUIOLITE?

A bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos que acomete crianças menores de 2 anos, ocorrendo principalmente dos 4 aos 6 meses de vida.

A doença apresenta inicialmente sintomas como coriza e obstrução nasal, progredindo posteriormente para tosse, dificuldade respiratória e chieira.

É muito comum que ocorra confusão e uma certa dificuldade na diferenciação da bronquiolite com o primeiro ataque de asma apresentado pela criança.

O QUE CAUSA?

A principal causa da bronquiolite é a infecção por um vírus, denominado vírus sincicial respiratório. Existem tipos diferentes desse vírus, mas todos estão muito relacionados entre si e se comportam da mesma maneira quando causam a doença.

O vírus sincicial respiratório pode causar infecção em qualquer idade, mas o seu maior impacto ocorre em crianças menores de um ano, podendo causar bronquiolite e também pneumonia.

A bronquiolite pode ser causada por outros vírus e algumas bactérias, mas isso ocorre com uma freqüência relativamente baixa.

As infecções causadas pelos vírus no trato respiratório deprimem os fatores de defesa da criança, podendo abrir caminho para uma posterior infecção causada por bactérias, como uma pneumonia, sendo essas mais graves.

QUANDO E EM QUEM OCORRE A BRONQUIOLITE?

O vírus sincicial respiratório possui o pico de incidência nos períodos de temperaturas baixas.

A bronquiolite parece ser mais comum e também mais grave nas crianças do sexo masculino.

Crianças que freqüentam creches podem contrair o vírus mais facilmente, pois estão em contato próximo em um ambiente fechado, com outras crianças que podem estar contaminadas.

COMO OCORRE A BRONQUIOLITE?

O vírus sincicial respiratório possui uma grande afinidade pela parede que reveste internamente os bronquíolos, podendo assim, causar um distúrbio respiratório importante.

O vírus penetra no organismo através da mucosa nasal, camada que reveste o nariz internamente, e após um período de cerca de 4 a 5 dias a criança começa a apresentar sintomas como secreção e congestão nasal. Geralmente a infecção se resolve espontaneamente a partir desse ponto.

As células epiteliais lesadas dos bronquíolos estimulam a migração de células de defesa, como leucócitos e macrófagos para o local, favorecendo uma resposta inflamatória. O interior dos bronquíolos contém secreções que são em parte responsáveis pela obstrução das vias respiratórias, consistindo em obstáculo ao fluxo de ar.

COMO É O QUADRO CLÍNICO?

A doença em lactentes menores de quatro meses pode se apresentar com sintomas inespecíficos ou mesmo a parada da respiração, que pode ser causa de morte súbita. Apenas lactentes maiores de quatro meses apresentam as manifestações clinicas típicas da doença.

A maioria dos pacientes apresenta sintomas leves. A presença de cianose, que ocorre quando as extremidades dos dedos e os lábios ficam arroxeados, indica falta de oxigênio grave.

À ausculta dos pulmões pelo médico é percebido ruídos generalizados acompanhados de chieira.

QUAIS SÃO AS ALTERAÇÕES AO RX?

As alterações são inespecíficas e incluem excesso de ar nos pulmões que se tornam aumentados de volume com alargamento dos espaços intercostais. O músculo diafragma se apresenta rebaixado e retificado.

Freqüentemente é difícil diferenciar pelo raio-x de tórax uma bronquiolite e uma pneumonia viral.

O raio-x de tórax pode ser de grande valor em pacientes hospitalizados, podendo mostrar a presença de algumas complicações como uma infecção bacteriana.

Sugere-se o uso do raio-x quando é necessário um tratamento médico intensivo, quando ocorre piora súbita da condição respiratória ou quando existem doenças pulmonares ou cardíacas previas.

DE QUAIS DOENÇAS A BRONQUIOLITE DEVE SER DIFERENCIADA?

A principal diferenciação que devemos fazer da bronquiolite é a asma, que em crianças pequenas pode ser confundida com bronquiolite, considerando que os vírus são os maiores precipitantes de ataques de asma nessa idade. Deve-se lembrar que a asma é, caracteristicamente, recorrente, e responde freqüentemente aos broncodilatadores (medicamentos utilizados na crise asmática), mas o mesmo não ocorre com a bronquiolite.

COMO É O TRATAMENTO?

Não existe tratamento específico para a bronquiolite. Para pacientes que não apresentam fatores de risco, ela é auto-limitada, ou seja, melhora espontaneamente.

A maioria dos pacientes é tratada sem internação, com a utilização somente de medidas de sustentação. São elas: repouso, hidratação oral, aleitamento materno, banhos mornos e antitérmicos em caso de febre.

A internação está indicada quando há esforço respiratório intenso (dificuldade em respirar), alteração de consciência, cianose (extremidades arroxeadas), baixa-idade (1-4 meses) ou alguma doença grave associada.

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